segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Nervosismo.

Ele está perto, ele vai falar comigo, mas não faço ideia do que responder. Ai meu Deus, ele sorriu pra mim, achei que me ignoraria depois de tudo, mas não, ele não mudou, parece ter ficado mais carinhoso comigo. Eu não sei o que responder, não sei o que falar.
Anda Andreza, fala qualquer coisa, sorria, pisque, sei lá, não deixe o menino ai parado olhando pra você, sem receber nada em troca. Vamos, dê um passo para frente e comprimente-o, fale um "oi", pergunte se ele está bem e comece a puxar o assunto à partir dai. Mas se eu não conseguir ter assunto? Se eu me perder em seus olhos, em seu cabelo e em sua voz? Vou parecer uma idiota na frente dele. Para com esse pensamento, para de pensar em como vai ser, apenas faça, siga em frente e faça! Esta bem, no três eu darei o primeiro passo em sua direção. Vamos lá 1, 2 e 3... Respirar fundo, respirar de novo e mais uma vez. Pronto, lá vem esse frio na barriga que me deixa tremula e ainda mais sem coragem. Ah, não vou conseguir dar esse passo, cada vez mais perto dele eu me sinto mais nervosa. Vamos cara, você precisa ter forças, afinal isso não é uma coisa ruim, isso só lhe traz benefícios, vamos, anda logo, sem pensar, apenas ande e ande.
Pronto, primeiro passo dado. Ele olhou pra mim, deve estar esperando eu terminar com essa distância, mas eu não consigo.
Estou tremula, minhas mãos estão suando, minha garganta está seca e meus pensamentos estão atordoados. Eu não sei o que faço. É eu sei, basta apenas andar, mas onde está a coragem? Eu tinha certeza que tinha vindo com ela, e não esquecido em casa. Acho que vou lá buscar, talvez esse tempo me ajude a pensar no que falar. Mas se essa for a única oportunidade? Ai meu Deus, não sei o que faço. Vamos tentar a mais uma vez? 1, 2 e 3, andar, andar e andar. Isso Andreza, está indo bem, seus movimentos estão lentos mais isso é um avanço.
Vamos fazer um resumo. Lembrar de sorrir, lembrar de falar, lembrar de respirar, lembrar de não se perder em suas perfeições e lembrar em ter um assunto. Ai meu Deus, o assunto, eu esqueci dele. Eu não sei o que falar, me preocupei tanto em agir normal que esqueci do que realmente faz ser tudo normal, a conversa.
Tudo bem, sem desespero, vamos direto ao assunto e sem rodeios, vamos falar de nossa última conversa. Está bem, vamos voltar a andar de novo.
Vamos, inspire e espire, inspire e espire, inspire e espire. Ele está rindo para mim mais uma vez, esse sorriso me tira o fôlego e me faz esquecer de me controlar. Pois é, já percebi que não vou conseguir. Vamos lá, falar em 3, 2 e já.
-Oi. Tudo bom?
Ele está rindo, rindo mais que o normal. Eu não quero nem saber como está a minha cara. E então, para meu alívio, eu não precisei inventar assunto, ou qualquer coisa do tipo que me fizesse parecer mais idiota. Ele me envolveu em seus braços, e me passou tudo o que ele não conseguiria falar com seu abraço e com o seu beijo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Agora, Aguente!

Esta doendo né? Eu sei disso, porque não foi por falta de aviso.
Está sangrando? Eu sabia que isso não ia te fazer bem.
Você insiste em tentar me mostrar que está certo, você insiste com toda essa história de que é mais forte que eu, de que pode aguentar tudo isso. Eu vejo o seu esforço, mas sei que ele não é suficiente para você, se você parasse pelo menos uma vez e visse que continuar com essa disputa é idiotice, você iria perceber que ficaria bem melhor sem isso tudo.
Eu tento te avisar, mas você não me escuta. Se não quer me ouvir, por que ainda pede meus conselhos? Devia acabar de vez com isso, antes que isso acabe com você. Eu não sei se continuarei te ajudando, já que é tudo em vão.
Não é que eu perco tempo com você, é que isso tudo é uma perda de tempo. Eu cansei de ficar tentando te mostrar que isso não vale a pena, agora a única coisa que posso fazer é deixar você sofrer, para ver o quanto eu estava certa.
Eu ainda estou aqui do seu lado, ainda estou aqui para te ajudar, mas nesse momento não há nada que eu possa fazer. Eu vou te dar a mão se precisar, eu vou te abraçar se quiser, eu vou estar realmente aqui com você, mas agora neste momento a única coisa que posso fazer é dizer que tudo isso vai passar.

domingo, 22 de agosto de 2010

Ao vento.

Se eu jogar minhas palavras ao vento, tenho certeza que você não ouvirá, mas por que eu ainda tento? Eu quero que você ouça, quero que você sinta, quero que você olhe em meus olhos e veja que tudo é sincero, mas eu não tenho sucesso. Minhas tentativas são frustrantes, mas eu continuo tentando, só não sei se é um erro. Eu sei que não vou conseguir tirar isso tudo da minha cabeça, sei que minhas palavras ainda andarão perdidas por ai, porque não existe alguém que possa ouvi-las. Eu não posso parar com esse sofrimento na minha cabeça, porque eu o alimento cada dia que eu acordo e cada dia que eu durmo. Eu não posso parar, porque além de não querer e de ser uma dor terrível, eu me sinto com você. Não há nada que eu possa fazer, a não ser continuar com minhas palavras bailando por ai sem rumo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dia 19.

Estaria saindo de casa agora, com minhas malas e minha ansiedade. Passaria por umas 15 horas de viagem, pela qual não me arrependeria. E quando chegasse provavelmente dormiria, mas acordaria com a maior disposição, pois essa viagem iria prometer muita coisa. Com toda certeza conheceria o lugar e com mais pressa possível entraria em contato, para poder ter finalmente o que eu tanto esperava, marcaria o lugar e esperaria ansiosamente.
Andaria, andaria sem conhecer nada, mas ainda sim arriscaria. Então finalmente estaria ali, diante de mim e eu provavelmente não saberia o que fazer, nem o que falar. As coisas a partir daí aconteceriam naturalmente e espontâneamente, com risos, brincadeiras e saudade no meio. Não sei se aconteceria um dia, ou no meu final de semana por completo, mas aconteceria.
Isso se tudo aquilo não atrapalhasse, mas atrapalhou. Então eu apenas poderei imaginar como seria, ao invés de realmente viver o que eu tanto esperava.

Real ou não?

Não sei se as coisas são iguais, se é sempre o mesmo papo. Não faço ideia se é tudo sincero, se é tudo real. Eu vejo coisas parecidas, vejo coisas que fico na dúvida se são realmente verdadeiras. Não sei se me prender foi apenas um plano, não posso saber o que pensa e o que realmente sente. De todas as coisas, de todo o ocorrido eu continuo me frustrando. Achei que isso mudaria, achei que de alguma forma tudo seria diferente, já que muitas coisas não são as mesmas. De tudo, de tudo mesmo, eu não sei o que foi dito de coração. Eu tenho minhas dúvidas, mas nunca vou ter as respostas. Eu só pedi sinceridade, da mesma forma que eu fui.
Independente de tudo, eu estarei aqui, ainda com tudo que eu penso, porque nem se eu quisesse, esqueceria.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Uma noite.

Eu sinto a brisa em minha pele, ela toca em mim como se estivesse me acariciando. O vento brinca com meu cabelo, fazendo com que se torne divertido, apesar da bagunça toda. Eu nunca reparei o quanto era bom ficar aqui sentada, olhando para o pôr do sol, tendo essa sensação de diversos sentimentos. Quando o sol está indo dormir, a noite fica clara com a lua tão cheia. Nunca percebi que andar na areia me fazia bem, com os sapatos nas mãos, caminhando sem rumo.
Meu vestido, com seus detalhes a mais que a areia cismou em deixar, não me incomodam, o cabelo com o penteado desfeito pelo vento, também não me preocupa.
Eu estou sozinha, mas acompanhada ou não, neste momento não faria diferença, esse momento é um dos poucos que eu tenho, é um momento apenas meu.
Eu nunca gostei de caminhar, mas a praia, a lua, a areia e a brisa não me deixam cansada, tudo isso me da mais energia para que eu caminhe o quanto puder. Eu não preciso correr, não tenho pressa para chegar em algum lugar, assim eu não tenho preocupações e não me canso, se não estivesse com a cabeça tranquila, não iria aproveitar tanto esse lugar.
Não faço ideia do tempo que estou aqui, até ver o sol reaparecer, ver pessoas chegando para poder aproveitar a praia e o bronzeado. Até aqui estava tudo indo bem, mas parece que meu vestido e meu sapato, chamam muito mais a atenção, tudo não está calmo como deveria e caminhar já se torna impossível com a quantidade de pessoas por aqui. Eu vou embora porque o sol está muito forte e meus pés não aguentam a quentura da areia, vou embora porque aqui já não é mais um lugar tranquilo e sim um lugar de suor, disputas para saber quem vai ficar em um ótimo lugar para o sol, é um lugar de pessoas gritando vendendo seus sorvetes e biscoitos.
Já não é mais um lugar calmo como o de antes, mas é o lugar de antes. Vou sair daqui calma, porque esse estresse todo, não vai conseguir tirar a imensa paz que me proporcionou. Não vou prometer agora, porque tenho certeza que isso tudo apesar de traquilo me deixou cansada, mas com toda a certeza eu voltarei, voltei como hoje, de modo repentino. Agora tudo que eu quero é dormir e esperar ansiosamente esse novo momento.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Voltem por favor?

Onde então minhas inspirações? Onde estão as pessoas, os sentimentos, as brigas e as decepções? Não é que eu esteja procurando, mas eu preciso de algo que seja forte e intenso, algo pavoroso ou lindo demais, para que míseras palavras possam não bastar para dizer o impacto que me fazem. Está tudo tão neutro, é claro que existem coisas e pessoas que fazem uma enorme diferença, mas eu não consigo ter algo para escrever.
Sempre antes de dormir eu conseguia elaborar textos, que passavam se não tudo, uma boa parte. Mas agora, eu me esforço, olho para qualquer coisa e tento falar sobre, e acaba saindo algo, mas não é de coração, não é verdadeiro, é algo forçado, algo que você vê que não é natural.
Quero ter minhas inspirações de volta, não quero ficar no neutro, no razoável. Quero ter emoções, para poder dividir.
Mas emoções comigo? Como deixar acontecer, sendo uma pessoa que controla os sentimentos? Talvez essa deva ser a resposta, deixa de controlar, mas o medo de se machucar fala muito mais alto e então retorno a ideia de ser manipuladora. Porque ter controle do que fala, do que faz, do que sente e muitas vezes do que pensa, não faz bem, mas foi a forma que encontrei de me afastar de momentos e coisas que me geram dor. Ser fria foi uma forma de me defender, porque eu sei como é sofrer por alguém e eu não desejo passar por isso de novo. Mas eu sei que as pessoas são diferentes, que ninguém é igual a ninguém, mas agora já é tarde, não consigo mudar e quando eu tento me sinto vulnerável.
Enfim, quero muito ter algo que possa vir do meu coração, que seja natural, para escrever aqui.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Meus gatos.

Brigamos, conversamos, rimos, dormimos, implicamos e nos amamos a 10 anos. É um trio amoroso, do qual compartilhamos das mais bobas até as mais importantes coisas. Porque eu amo implicar com vocês falando de suas namoradas e de suas situações, porque eu sei que quando crescerem irão odiar serem chamados de gatos só porque eu coloquei esse trauma em vocês.
Quando meus pais me perguntavam quantos irmãos eu queria, eu levantava meus 20 dedos, então depois de 6 anos, minha mãe me deu a notícia de estar grávida e vocês não imaginam a minha felicidade. Depois de um tempo, descobri que eram gêmeos e quando vieram pra minha casa, descobri que Deus mandou os meus 20 irmãos no lugar de 2, que sabem representar muito bem a quantidade absurda que eu desejava. Apesar de tudo vocês são meu amigos, são meus irmãos, são de verdade meus amores e meus gatos.
Eu amo muito vocês, e vocês não fazem ideia do quanto são importantes pra mim e pra minha vida. Vocês não sabem o carinho que sinto por vocês, o cuidado que tenho com você e o tamanho da coisa que tem aqui dentro de mim. São 10 anos aturando vocês, que apesar de serem iguais por aparência, são completamente diferentes pela convivência, então tenho que aprender a lidar com dois seres humanos diferentes e iguais ao mesmo tempo.
Vocês estão crescendo, estão chegando a idade que eu sempre quis, porque eu sempre torço pra vocês começarem a namorar e a me contar suas aventuras e histórias, eu quero compartilhar minhas experiências e aconselha-los em tudo que eu puder, ajuda-los sempre que vocês precisarem de mim.
Feliz aniversário maninhos, parabéns por me aguentarem esses anos, porque apesar dos castigos e tapas, a maior parte do tempo foram brincadeiras e puras risadas.
Obrigada por fazerem parte da minha vida, e por realizarem meu sonho de ter 20 irmãos.
Amo vocês, meu gatos. ♥

Então é assim?

Então é assim que acaba? Sem nenhum adeus, nenhum beijo no rosto? Eu sei que pra mim esse dia chegaria, mas eu esperava que fosse mais pra frente.
Então é assim que tudo fica? Você passando do meu lado sem sequer olhar pra mim, nem falando um "Oi"? Nem dando aquele sorriso que só você sabe dar?
Então é assim o nosso fim? Com tudo que passamos, com tudo que falamos, com tudo que fizemos vai ter esse final mesmo?
Tudo está tão diferente, era muito mais caloroso, era muito mais intenso. Eu gostava disso, era o tipo de coisa que me fazia acordar e dormir com o coração acelerado e com minha mente 24 horas direcionada a você, eu sei que tudo tem seu fim mas eu não estava preparada. Mas ele chegou, chegou rápido e de repente, não sei se posso lutar com ele, nem sei se vale a pena.
Não sei mais como as coisas estão, estou perdida como uma formiga no deserto. Isso tudo é grande, mas cada vez que eu sigo em frente me perco mais, não sei em que direção seguir e nem para onde ir.
Eu não quero que seja assim, mas se tiver que ser, que seja. Porque de qualquer forma estará tudo em mim, tudo guardado, independente de qualquer coisa.