sexta-feira, 23 de julho de 2010

De repente.

Ele me olhou, ele me olhou de uma forma vazia e sem vida, seu olhar apesar de estar em minha direção não tinha foco, parece que estava em um outro lugar bem longe daqui. Ele continuou de pé a alguns metros de mim, ele não se movia, parecia uma rocha no meio da sala. Não consegui encara-lo, ele estava conseguindo me assustar, seus olhos estavam embaçados, ele parecia chorar ou tentar não chorar. Sua expressão de vazia passou para desespero e em seu rosto finalmente rolaram as lágrimas que tanto parecia prender.
Ele veio em minha direção com apenas um passo longo, meu rosto era de medo, eu não entendia o porquê daquilo. Ele me abraçou, ele me abraçou muito forte, de uma forma que eu não conseguia me soltar, mas na verdade eu não conseguia ter reação alguma, eu estava presa em meus pensamentos, me esforçando para entender tudo aquilo.
Então finalmente ele me largou, pegou em minha mão e disse que precisava partir, então saí de meus pensamentos mas não conseguia voltar para a realidade, a confusão tomava conta de mim, porque eu não estava conseguindo entender nada.
Ele me puxou para mais um abraço, muito mais forte do que o último e bem mais demorado, e com um beijo em minha testa, ele se foi.
Então fiquei ali, sem conseguir esboçar nenhum sentimento, sem falar nada, apenas fiquei parada, olhando para a porta que me lembrará de sua saída repentina e angustiante. Estou aqui só, querendo saber onde está e o motivo pelo qual o fez partir. Ainda estou sem reação, desesperada, procurando algo que possa me acalmar, o que não faz muito sentido, pois apenas quem conseguia isso, se foi.
Eu não sei se ele vai voltar da mesma forma que saiu, de repente. Mas eu vou esperar, talvez isso não me faça bem, mas com o que se importar, se o que eu quero não está aqui ?

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