sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Alguma coisa errada.

E seus lábios encostaram nos meus pela última vez, mas não como antes, eles estavam frios, estavam gélidos e eles nunca foram assim. Sua frieza me assustava, seu olhar sem destino que vagava junto ao vento, me incomodava, você sempre foi a pessoa que olhava nos meus olhos. Sua firmeza em cada palavra era como pedra que me atingia, suas mãos longe das minhas me deixavam vulnerável, porque você sempre me trouxe proteção.
Algo errado aconteceu e qualquer um ali podia perceber, até mesmo aquele que não te conhecia bem. Você nunca me surpreendeu tanto como hoje, de uma hora pra outra você estava frio, tenso e pronunciava poucas palavras.
Eu precisava saber o que estava acontecendo, precisava ver o que estava te machucando, mas eu tinha medo de perguntar, tinha medo de você resolver me deixar. Uma imensidão de perguntas e sentimentos dolorosos tomaram conta de mim. Meu corpo ficou quente, calafrios subiam em mim toda vez que eu pensava no que podia estar acontecendo, minhas mãos estavam suando, meus olhos estavam começando a se encher de lágrimas das quais estavam prestes a descer sobre meu rosto.
Tudo muito confuso, tudo muito estranho, até você resolver se mover, mas de forma inesperada, você se moveu mas para ir embora, você simplesmente me olhou e saiu andando pela rua como se não tivesse rumo. Eu precisei agir, eu não ia te perder sem ao menos tentar, corri atrás de você com toda a minha força, com toda aquela dor que escorria em forma de lágrimas e quando eu te achei e perguntei por quê tinha feito aquilo, você só me abraçou e respondeu:
- Descobri que mesmo que eu tente, mesmo que eu pense, eu não posso viver sem você.

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